Uma semana em luta <br>para defender a EMEF

TRANSPORTES O futuro assegura-se com o retorno da EMEF à CP e com a contratação de pessoal, a começar pelos trabalhadores contratados a prazo ou por empresas de trabalho temporário, defendem o SNTSF e a CT.

A EMEF não deve ser dividida e as oficinas devem voltar à CP

O Sindicato dos Ferroviários e a Comissão de Trabalhadores da EMEF concluem amanhã, com concentrações de activistas nos ministérios do Trabalho e das Infra-estruturas, uma semana nacional de luta em defesa de medidas que garantam o futuro desta empresa pública, do Grupo CP, que faz manutenção e reparação de material circulante.

 

Como devia ser...

«Muitos dos atrasos, supressões e cancelamentos de comboios e circulações de Metro, que acontecem diariamente, deixariam de existir, se o Governo permitisse a contratação dos operários necessários e apoiasse as soluções concretas, já avançadas pelos trabalhadores, para se responder melhor e mais depressa às necessidades operacionais», asseguram as duas organizações representativas, no folheto que foi distribuído à população anteontem, dia 20.

A EMEF trabalha para a CP, o Metro do Porto, a Medway (ex-CP Carga) e «garante que estes transportes sejam seguros, apesar de algum material circulante ir envelhecendo, por falta de vontade política, também do actual Governo do PS, para investir no transporte em modo ferroviário».

Falhada a privatização, que era o objectivo do governo PSD/CDS, «o actual está a trabalhar num novo modelo, que passa pela sua divisão, para começar de novo a criar as condições para a entrega deste instrumento fundamental para o transporte ferroviário». A CT da EMEF e o sindicato da Fectrans/CGTP-IN recusam tal divisão e defendem «o retorno destas oficinas à CP», para «passarem a trabalhar apenas em função dos interesses do País e dos utentes».

Na tarjeta, explica-se que a EMEF «está há cinco anos proibida de contratar efectivos e obrigada a despedir trabalhadores qualificados todos os anos». «Em vez de contratar novos operários», a administração passou a contratar empresas de trabalho temporário ou trabalhadores com contratos a prazo, «promovendo esta nova forma de escravatura e exploração». Este aluguer de mão-de-obra aumenta os custos, «mas, como deixam de ser despesas de pessoal, já não há problemas» e «quem ganha são as empresas privadas que fomentam esta nova forma de exploração».

Por outro lado, «cada vez mais trabalho da EMEF tem de ser feito fora da empresa, gastando mais dinheiro e atrasando o serviço», beneficiando «empresas privadas que vivem à custa do erário público».

Os trabalhadores da EMEF «laboram em 2017 com os salários de 2009», pois não tiveram qualquer actualização nestes anos.

Estas questões foram abordadas na segunda-feira, dia 19, com deputados dos grupos parlamentares que aceitaram o convite dos representantes dos trabalhadores para visitarem as oficinas nos vários distritos onde a EMEF tem instalações. Deputados do PCP estiveram em Guifões, no Entroncamento, em Santa Apolónia, no Barreiro e em Vila Real de Santo António. Deputados do PS compareceram em duas oficinas e do BE em três. «Agora esperamos que os que estiveram presentes, a partir do documento que lhes foi entregue, interpretem as reivindicações dos trabalhadores», notou a Fectrans, na nota que publicou no seu sítio anteontem.

A federação assinalou ainda que tiveram «uma forte adesão» as greves parciais, de duas horas e meia ou três, realizadas durante a semana.

Para hoje, a administração da EMEF convocou uma reunião, a fim de discutir o trabalho por turnos. O SNTSF, assinalando que este passo é «importante», considerou-o «insuficiente», pois pretende tratar também de aumentos salariais para todos, valorização das profissões, fim das situações de precariedade (passando a efectivos os trabalhadores com vínculos precários, para iniciar um processo de renovação de pessoal). Quer também obter «garantias de que o processo de divisão da EMEF não vai por diante».

 



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